Eu queria ser seu último amor. Mas sabia que não era. Sabia e a odiava por isso. Eu a odiava por não se importar comigo. Eu a odiava por ter me deixado naquela noite. E odiava a mim mesmo por tê-la deixado ir embora, porque, se eu tivesse sido suficiente, ela não teria querido ir embora. Simplesmente teria se deitado comigo, conversado e chorado. E eu a teria ouvido e teria beijado as lágrimas que caíam dos seus olhos.
— Quem é você, Alasca?
- Verdade ou consequência, gordo?
- Consequência.
- Me beija.
Então a beijei.
Alasca começou:
— Quem é você alasca?
Ela tinha namorado. Eu era um palerma. Ela era apaixonante. Eu era irremediavelmente sem graça. Ela era infinitamente fascinante. Então voltei para o meu quarto e desabei no beliche de baixo, pensando que, se as pessoas fossem chuva, eu era garoa e ela, um furacão.
— Quem é você, Alasca?
Porque não podemos prolongar pra sempre esse tipo de coisa. Chega uma hora em que é preciso arrancar o Band-Aid. Dói, mas pelo menos ficamos aliviados.
— Quem é você, Alasca?
Você ama a garota que faz você rir, que vê filmes pornográficos e bebe com você. Mas não a garota tristonha, mal-humorada, maluca.
— Quem é Você Alasca?
-Não posso ser uma dessas pessoas que ficam sentadas falando que pretendem fazer isso e aquilo. Eu vou fazer e pronto. Imaginar o futuro é uma espécie de nostalgia.
— Quem é você, Alasca?
De repente. PUF. Pronto, acabou.
— Quem é Você, Alasca?
O medo é a desculpa que todo mundo sempre dá.
— Quem é você, Alasca?
Acima de tudo, eu sentia a injustiça daquilo, a inegável injustiça de amar alguém que talvez também me amasse, mas que agora não podia fazer nada porque estava morta.
— Quem é você, Alasca?
Alguns mistérios são feitos para não serem solucionados.
— Quem é você, Alasca?
Conversa fiada nunca foi meu forte.
— Quem é você, Alasca?
Você não pode me mudar e depois ir embora.
— Quem é você, Alasca?
O que estava sentindo não era bem tristeza, era dor. Aquilo doía, e não é um eufemismo. Doía como uma surra.
— Quem é você, Alasca?
Às vezes, ainda acho que a “outra vida” é algo que inventamos para apaziguar a dor da perda, para tornar nosso tempo no labirinto suportável.
— Quem é você, Alasca?
Fria num dia, meiga no outro; irresistivelmente sedutora num momento e insuportavelmente chata no outro.
— Quem é você, Alasca?
Se ao menos conseguíssemos enxergar a infinita cadeia de consequências que resulta das nossas pequenas decisões. Mas só percebemos tarde demais, quando perceber é inútil.
— Quem é você, Alasca?
Mas, sei lá, era bom, sabe, ter alguém com quem brigar.
— Quem é você, Alasca?
Simplesmente usamos o futuro para escapar do presente.
— Quem é você, Alasca?
Você precisa entender que eu sou uma pessoa profundamente infeliz.
— Quem é você, Alasca?
Eu estava cansado de vê-la aborrecida sem motivo. Ela ficava triste e falava sobre a porcaria do peso opressivo da tragédia ou qualquer coisa assim, mas nunca dizia o que estava errado, nunca dizia o motivo por que estava triste. Acho que a pessoa precisa de um motivo. Minha namorada me deu um fora, por isso estou triste. Fui pego fumando, por isso estou irritado. Minha cabeça está doendo, por isso estou mal-humorado. Ela nunca tinha motivo, Gordo. Eu já estava cansado de todo aquele drama. Então a deixei ir embora.
— Quem é você, Alasca?
Eu a deixei ir embora porque ela mandou. Era simples assim, idiota assim.
— Quem é você Alasca?
Minha pergunta é: Por que as pessoas boas se dão mal na vida?
— Quem é você, Alasca?
Não era o bastante ser seu último beijo. Eu queria ser seu último amor.
— Quem é Você, Alasca?
Frases John Green - Quem é você, Alasca?
Reviewed by
Marcelo Pigozzo
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