Gosto de olhares nublados, olhares que indicam algo. Gosto de enxergar até mesmo a tristeza nas pessoas, tristeza significa tentativa falhada. Significa que alguém tentou. Não gosto de pessoas com meu olhar. Pessoas sem coragem como eu. Talvez seja isso: Sou covarde, tenho medo de encarar a vida, medo de suas respostas. Não tenho amores e desamores, não sou triste, também não sou feliz. Não gosto das pessoas, não gosto que elas gostem de mim. Não quero me relacionar com ninguém, não quero que queiram se relacionar comigo. Eu sou o breu. Quem olha para mim não enxerga nada. Tristeza, felicidade, compaixão, amor, ódio, raiva, absolutamente nada. Não quero proximidades. Quero ser eu. Chegar em casa depois de um dia longo, colocar minha música, pegar meu livro, uma boa bebida, ou ruim, e apenas ser. Não quero ser algo, apenas quero ser.
Pessoas corajosas vivem. Os corajosos sorriam e choram. Amam e deixam de amar, dizem que é assim que se vive. Eu, por outro lado, apenas sobrevivo. Ou talvez eu tenha vivido, vivido bastante. Quem estabelece a norma? Quem indica o certo e errado?
Prefiro acreditar que todos nós sobrevivemos. Sobrevivemos ao fim inevitável, um dia tudo acabará. Tudo se resumirá ao nada e nesse dia, ah, meu caro, nesse dia, nesse dia todos serão eu. Cada olhar vazio, bocas fechadas, cada pessoa esvaziada sentirá o que eu sinto e assim, viveremos todos em plena harmonia.
Pessoas corajosas vivem. Os corajosos sorriam e choram. Amam e deixam de amar, dizem que é assim que se vive. Eu, por outro lado, apenas sobrevivo. Ou talvez eu tenha vivido, vivido bastante. Quem estabelece a norma? Quem indica o certo e errado?
Prefiro acreditar que todos nós sobrevivemos. Sobrevivemos ao fim inevitável, um dia tudo acabará. Tudo se resumirá ao nada e nesse dia, ah, meu caro, nesse dia, nesse dia todos serão eu. Cada olhar vazio, bocas fechadas, cada pessoa esvaziada sentirá o que eu sinto e assim, viveremos todos em plena harmonia.
— | Notas de um caderno manchado pela solidão, 08/02/1847. |
Notas: Do que eu gosto além da solidão
Reviewed by
Marcelo Pigozzo
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21:40
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